sábado, 19 de setembro de 2009

1.8...

Essas histórias não são para denegrir a imagem de ninguém, é só para lembrar de historias que todo mundo deve ter parecida com seu amigos. Os nomes são trocados, e não dou a possibilidade de comentários para proteger a identidade real das pessoas citadas.



Existe toda uma mistificação sobre o décimo oitavo aniversario de uma pessoa, não sei se é por que desse momento em diante as pessoas são responsáveis por todos os seus atos, ou se é pelo motivo de poder beber,fumar, e entrar em qualquer lugar pois está fora de qualquer censura, ou pelo simples fato de poder tirar carteira de motorista.

Depois de uma certa idade há pessoas que também voltam a se comportar como jovens e após a data da aposentadoria se sentem como jovens recém saídos dos dezoito anos, e voltam a beber e sair, e fazem do que poderia ser uma faze triste a espera da morte uma segunda juventude, geralmente com mais maturidade.

Bom o fato intrigante são os hábitos/ritos de passagem feitos nesta data comemorativa, gosto de pensar que para as mulheres há duas datas especiais, os quinze anos, onde antigamente as meninas eram apresentadas a sociedade, ritual que hoje é só uma “obrigação” social, pois normalmente nessa idade essas meninas já foram em casas noturnas, e aos dezoito anos, onde em teoria, a partir desta data podem beber e sair. Da festa de dezoito anos ela bebe até não poder mais e chega em casa, não que nunca tivesse feito isso antes, mas agora, com dezoito anos, os pais podem se preocupar menos (como se da ultima noite dos 17 para a primeira manhã dos 18 houvesse um ato mágico que transformasse tudo que era proibido em moralmente permitido).

Por se tratarem de meninas normalmente os pais gostam de pensar que elas casarão virgens, e não tem a menos pressa quanto ao acontecimento sexual. Já com os homens a coisa é diferente, parece que já que eles não tem uma festa de “iniciação na sociedade” tudo se acumula na festa de dezoito anos. Não é de hoje a tradição de que os pais levam os filhos a casas de divertimento noturno, onde irão ser acariciados e iniciados por mulheres de boa fé na vida de “homem”.

Hoje em dia quem faz esse papel muitas vezes são os amigos, que dividem a festa de aniversario em duas partes, a bebedeira, e a casa da luz vermelha, em vezes feita em duas etapas, as vezes juntado tudo em uma coisa só.

Nossa historia de hoje começa em um grupo de amigos, um grupo bastante comum de jovens, com homens e mulheres, onde saiam para fazer festa a qualquer momento. E já tinham como praxe quando um deles dos homens faziam dezoito anos irem a uma casa de divertimento noturno, colocavam o aniversariante dentro de um carro, com um capuz preto, embebedavam o pobre, as vezes amarravam e colocavam no porta maltas, isso sempre dependia do tamanho do porta malas, a vaquinha era de quase todos para presentear o aniversariante, os demais faziam o que queriam, alguns bebiam e dançavam, outros achavam mulheres de boa fé para ir a um local mais intimo, as mulheres que acompanhavam esse ritual normalmente levavam maquinas fotográficas e registravam tudo.

Willian o mais novo de todos sempre ia a todas as festas, sempre ajudava na vaquinha do presente, mas nunca ia a lugares mais íntimos com as meninas de boa fé, não gostava da idéia de permuta por agrados sexuais.

Essa turma de amigos acabou se afastando por inúmeros motivos, como faculdade, namoradas, trabalho, etc. Mas no dia do aniversario de Willian eles se reuniram novamente, combinaram tudo sem que Willian soubesse, falaram com seus pais, que disseram que iriam levá-lo a uma pizzaria, foi lá mesmo feito a “emboscada”.

Esperaram Willian acabar de jantar, ligaram para seu celular, deram parabéns e perguntaram onde ele estava, ele respondeu o local, no mesmo momento os amigos entram na pizzaria cantando parabéns, já com o capuz preto nas mãos. Entraram já pegaram Willian, colocaram dentro do carro, e como de prache, rodaram em voltas, deixando o jovem desnorteado, até que finalmente pararam.

Quando retiram o capuz de Willian ele se vê em frente a coisa mais bizarra, que nem em seus sonhos mais esquisitos se colocaria na frente naquelas condições. Uma casa noturna freqüentada por pessoas de terceira idade. Creio que a jovem senhora mais nova a freqüentar aquela casa tivesse uma aposentadoria do INSS.

Na entrada da casa havia uma placa com as regras da casa, a primeira regra com a maior fonte de letra dizia “PROIBIDA A ENTRADA DE MENORES DE 18 ANOS”. Isso deve ser uma medida para evitar que os avos levem seus netos que foram passar o final de semana com eles enquanto os pais fazem alguma outra coisa melhor que cuidar de crianças.

Outra particularidade da casa é que há um banheiro completo no estacionamento, onde o freqüentador pode tomar banho, alugar roupas, “alugar” perfume, comprar lamina de barbear, bom, a pessoa pode sair de casa dizendo que vai pescar, chegar lá alugar uma roupa e voltar pra casa depois com sua roupa de pescador.

Antes de entrarem na casa todos tiraram uma graça da cara de Willian, pois ele achava que iria ser levado a uma casa de divertimento noturno, mas como já não era mais virgem como a maioria que era levado neste ritual, e ele era sempre o primeiro a pegar no pé dos outros pelos acontecimentos e pelas fotos, resolveram tirar tudo a limpo.

Todos entraram, a festa estava feita, pois os que acharam que não estavam vestidos a rigor foram ao estacionamento trocar de roupa, incluindo Willian, alguns colocaram Bombachas, outros uma camiseta de cow-boy meio anos oitenta. Dentro da casa tinha som ao vivo, uma banda de vaneirão, um tipo de música tradicionalista gaúcha muito popular no sul.

Ao entrar, um numero perto de sete jovens bem apessoados, e três garotas muito bem vestidas, os olhares se viraram para eles. A casa parecia um asilo, as filas do caixa de dos bares com filas de espera por consulta geriátrica. O mais engraçado é que os jovens senhores, que já estavam animados, olhando as garotas novas começaram a se insinuar para elas, ao melhor estivo vovô babão, mas as mulheres também não ficaram atrás, partiram pra cima dos rapazes, mas com muito mais voracidade, elas já saiam abraçando os rapazes e puxando pra dançar.

Os amigos de Willian é claro viram nisso uma possibilidade excelente de transformar aquela noite inesquecível, falaram para boa parte das mulheres(as mais embriagadas em geral) de que Willian estava de aniversario, e que dessem pra ele de presente um beliscão na nádega. Willian não teve sossego, chegou em casa com uma marca rocha, voltou pra casa sentando de lado.

Willian voltou pra casa no zero a zero, pela metade da noite começou a dançar com uma de suas amigas para tentar diminuir os beliscões, tentativa praticamente inútil. Mas não foram todos os seus amigos que saíram no zero a zero, alguns conseguiram jovens senhoras para fazer valer suas noites.